segunda-feira, 26 de março de 2007

Poeta da rua!


Meu querido Miró, anos sem notícias!
Desbravador do dia a dia,
Tradutor blasfemo das fotografias urbanas.
Poeta urbano?
Olhos de lince (quando enxerga a ficção real do cotidiano)


Patas de elefante (quando esmaga as desigualdades tão berrantes)

Meu querido Poeta faz falta nessa Petrolina sem cultura e sem risadas.

Meu querido poeta é ativo no seu Recife super povoado e barulhento.
Miró da Muribeca!

Sua jardineira jeans (surrada e azul ) é seu melhor referencial daquela época de cabelos à Bob Marley, chapona 3X4 na boca e muitas paixões pra chorar.Poesia crua e arrebatadora, fala rápida e direta,sinto falta desses anos oitenta...sinto falta de meu bom poeta Miró!

Um guerreiro da língua, da rima , da métrica sem regras!

Miró,um abraço meu véi, Deus proteja teu caminho!

sábado, 24 de março de 2007

Paira no ar um certo clima de paixão! A síndrome do amor não correspondido.


Definir algo tão sentimental é no mínimo pífia ou vaidade senil.

Há um clima de paixão no ar.
Sentimento absurdo e estúpido. Pés no chão, o que é que há?

Meninas de 18, espotaneidade nata, risadas, é mar de brincadeiras, de sentimentalidades fútil...

É sério se apaixonar, é bobagem se denunciar. Olhar lânguido e destroçado pela leveza da amada, quem vê não crê que os olhos se desmancham em rosas e tapetes. Quem rí não sabe as lavas que queimam e saram a dor deixada pelas risadas da amada fadada a não responder esse amor.

“quando me lembro dos meus 18 anos, eu só pensava somente em namorar, agora a idade vem chegando...( já dizia
Lia de Itamaracá )”

com esses sons (
Billie Holiday, Bessie Smith, Fitzgerald...) lembro vagamente da risadinha sarcástica, daquele olhar lânguido de quem se apaixonou pela amada errada, se afogou no próprio sentimento e vive revirando o tempo dia pós dia, alimentando a pseudo chama do amor não correspondido.

Resta para a amada, a alegria de ser sinceramente amada, que pena, diz-se. Fosse ela a domadora da vida, daria a esse ser miúdo, ínfima parte do cosmo( ou ego ), uns beijinhos de consolo na face, nas mãos ou quem sabe de raspão nos lábios, que trêmulos e sem graça, se aguçam, e transformam lábios gélidos e desafinados em sinfonia primaveril, alucinadamente vivos e ardentes.

Quem diz-se imune a sentimentalidades tão triviais e tolas ?
Arrisque-se e caia em desalinho com o tempo.


Crescer é conjuntura do sofrer e esquecer em seguida. As flores brotam na fertilidade do óbvio, a terra é óbvia, a paixão profana é fértil na obviedade desta terra árida e vã...O apaixonante disso é que paixão é vandalismo, é sentimento destruido, destroçado por milhões de desejos passageiros, libidinosos e fulgazes.

Bobo é quem diz: desta água não beberei...e rí. Um dia sereis contagiado pela torpor deste sentimento e dirás:¨ eu era feliz, e não sabia.¨ Mas que dói, dói. E sara, com um único antídoto: o tempo, o senhor de todas as nossas emoções...incluindo essa danada, a paixão !

*Inspirado nas sacanagens de Joyce, com um amado pra lá de fuleiro. Em 12/09/2000.

definindo o indecifrável!

Para Ser poeta é preciso ter uma chaga aberta no peito, Ferida braba e sem cura.

Para ser poeta não basta estar vivo, é preciso coexistir com as dores que emanam no coletivo.

O poeta traduz-se nas lágrimas que afogam quem o lê!

Ser poeta não basta!

Para ser poeta não é preciso estar feliz, a felicidade ofusca a rima e desfaz a métrica...o poeta se faz triste, mesmo quando a fronteira do bem estar sopra bem do seu lado.

O poeta feliz não escreve, apenas vive...que venham as letrinhas, mesmo que emparelhadas com a dor!

segunda-feira, 19 de março de 2007

Para a poetisinha!




Me abrace.
Somos quietude, feitos pra nos perdoarmos pelo mal que nem fizemos.
Se estamos ao léu, não é causa/efeito que nos trará luz ou realidade.

nosso mundo é estranho, nem sabemos a galáxia que nos é afim.

Poetisinha , não acorde para o mundo, ele nem faz parte de você...você o compõe, ele circunda, você não muda nem desgruda das rasteirinhas que ele faz para (Ta)ti.

Sinta-se feliz : quando você ri ,o encanto da vida aflora, quando você chora a energia da lida acorda.

Não se apaixone pelas letras, elas não merecem tanto brilho, se o preço dessa glória corre em face...

26 de Agosto de 2002

Poesia em duas mãos (Taty e Cesar)

Penso
Sinto
Vivo
Ando tão só que nem me lembro de estar solitário
Poesia não é um STATUS, é delírio.Age como um pensamento de criança que faz perguntas e se mostra meio filosofo, sem entender que a simples busca por respostas realiza a evolução da alma.
Menina que quer ser mulher acredita que tem muito a aprender, quer realmente deixar de ser apenas um átomo dividido e sem orientação astral.
Respira;
Explica-se;
Duvida;
Sente o cheiro do sonho que manso se faz presente como um vento numa tempestade de ilusões, como num pensamento que vem sorrateiro e faz do momento realizações do futuro que se mostra surreal aos que não crêem serem imortais.
Ando tão só que nem me lembro de estar solitário, já cresci e nem vi que deixei de ser menina, sou mulher, sinto meu corpo ferver, sinto minhas mãos tremer e a solidão continua a me perseguir, não me importo sei que sou mutante deixei de ser bicho agora o que mais acredito é que são as perguntas que me fazem criar asas e os sonhos que me realizam como uma recente mulher cheia de anseios mais ainda medos, não adianta tenho muito a crescer, uma mulher que se desgosta da realidade, quer numa rapidez estonteante voltar a ser menina se arrependeu de crescer, quer se ver mais uma vez menina, engatinhar e no chão encontrar o que a tantas outras vidas perdeu!


06 de Janeiro de 2002.

Mãos







Mãos leves que tecem a paisagem.
Mãos finas que arrancam as folhas, que movem o vento, que fincam seus pés no chão.

Mãozinha miúda, mãozinha linda, que afaga o grafite...acaricia o papel, como se ele fosse a pele da alma de alguém.

Que árvore é essa ? Ficus, Jatobá, Aroeira ? não sei. Sei que é forte, fiche, dá a dimensão da beleza de alguém ( que traça com graça o desenho ) que está bem perto, mas foge quando penso perto, por que será ?

De dentro dessa paisagem, poderia ver seu olhar bulinoso, caçando migalhas, juntando tudo, fazendo a parte de um mundo que só seus olhos vêem. Balançaria com o vento, me encobriria com as folhas, me agarraria nos ramos e nem fugiria dos seus dedos, que assim me tocariam, me esculpiriam, me faria ser grande obra ou simplesmente um pontinho no papel.

28.11.2000

sábado, 17 de março de 2007

É só ouvir Billie, a paixão aflora!

Se ris, é porque já é dia.
A lida já aflora, os cheiros já despontam.É hora, é alegria...doce dia se inicia.
Se ris, é porque estás farta, não sentes mais tanta falta do afago, do burburinho noturno...das folhas, da tinta, do amante irrequieto e sagaz.

Se ris, rio. Sou isto! A busca, a caça, a graça, o encanto de Ter-te completamente tonta.

Aparto meu pranto sem graça, transformo-o em vida, é energia que irradia , luzes que confundem , que completam a magia de viver.

Se rimos, estamos no ápice, a glória do amor juvenil...a graça dos hormônios, dos sentidos entorpecidos pelo cruzamento de dois cheiros, sons, sol, mágica de cores...Êta !

Pra frentex!




Infância deixa certos ¨flashes¨ que nos acompanham pela vida toda.Lembro-me de D.Querubina,uma morena com ¨estampa¨de índia e moderníssima naquela época(inicio dos anos setenta) eu tinha 7 anos de idade,matuto até o talo!

D.Querú tinha uma corcel azul,com as faroletas traseira quadrada,uma coisa linda! O cheirinho de novo,tudo pretinho,rádio am,bancos fofinhos.

D.Querú quando fazia pose com as mãos ao volante parecia uma deusa,cabelos longos e amarrados em forma de cocó(com um grande nó atrás da nuca),o nariz empinado fazia parelha com o rufar do corcel!

Aquela voz grave e possante,as risadas milimetricamente compassada e ritmada, uma figura esguia e diferente,comandando um carrão cheiroso a novo e potente.

O que mais me chamava a atenção naquele binômio ultra moderno e poderoso eram as luzinhas verdes do painel do carro(corcel 71),os ponteiros e marcadores reluziam um verde intenso e esmeralda e meus olhos fitavam fixamente o painel,eu via as chaves tilintando,extasiado,avoado...até o barulhinho das chaves soava ¨verde¨.

Ao fundo aquela risada grave em palavras bem pronunciadas e compassadas,o domínio total sobre a máquina,o tornar brusco do volante,as curvas eram magia ao léu,olhando eu as estrelas verdinhas do céu,os ponteiro estavam gravados em meus olhos,já tontos e ávidos pra ver meus irmãos ¨matutinhos¨ e dizer: ¨andei de corcel,azulzinho por fora e verdinho como um céu de esmeralda¨,D.queru me trouxe em casa, e o cheirinho de novo ainda está grudado em mim...

Quando entro em carro novo,vou direto no painel,só pra ver se as luzinhas nele ainda são ¨verdim,verdim¨!

Era uma vez:


Era uma vez,
Beira de rio, cananãs na desova, meninos com saco de pano pescando, depois fritando peixinho na pedra.

Sementes de abóboras e sal, secas ao sol.

Meninos lambuzam-se de frituras de peixe e abóboras, adeus lombrigas, que delícia !

Cabelos galegos de sol,canelas fina e cinza de terra da beira do rio.
Nêgo d¨água,papa-figo,véi do saco.

Êta infância! pacamãs,piabas,surubins, matrinchãs,vara de pesca de canudo...meninos e meninas nus, na pedra do rio.¨Cuidado com a mãe d¨água,ela canta e encanta,volta menino!¨ ¨Veste a roupa,sai da beira d¨água,você pega cesão! ¨

E o guardinha da malária,com aquele chapeuzinho de lata, ainda sorrí pra mim,com seu veneno de leite puro marfim.DDT.
era uma vez...

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Declaraçãozinha

De todos os pontos
você é o encontro que guardo pra mim.
Os becos,os guetos,meu dedo só aponta pra tí.
Cardeal,rosa dos ventos,meu guia esbarra aí.
Seu hálito,seu álibi é perto de mim.
Se faço bobagens,é só um jeito de me aparecer pra tí!!

Eu, contra mão!


Andando a passos lerdos,Descubro chifre em cabeça de cavalo.As idéias andam meio confusas,Minha língua já não sente o sabor da própria língua.

Atravesso a faixa de pedestre de olho nos parachoques à frente!
Tenho medo da sombra do poste,raios me partam! Se esse poste tiver pára-raios? Cairá em minha cabeça.
Entre tantos lugares pra atravessar,paro justamente na sombra do outro!

Pessoa tinha multi faces:Alvaros, Ricardos, Caeiros,tantos poemas em linha reta, tanta poesia numa tarde deserta,tanta vontade de ser Pastor num poema deserto, numa certa estrada reta!

Eu contra quem?Não sigo a mão,não sigo o carro,não leio placa,não tenho na mão a sombra,nem o poste,nem uma pessoa que se encantou com aquele pessoa,decerto o poeta da Lisboa,dos recalques,do multi pessoa...¨I know not what tomorrow will bring¨

Essência

Dentro de mim mora um anjo, Mora uma coisa absurda e inexplicavelmente fria!
O anjo que em mim mora está de ressaca, bebeu até o último gole da tequila no cactus cinzento com formato de limão.
Dentro de mim mora um alcoólatra gentil que só bebe água de coco, limonada e gatorade.
Minha grana é suficiente pra agradar aos outros, não a mim!
A alegria monetária é universalista,todo sentimento de felicidade é igual: do gozo ao frívolo, a felicidade reside em fazer-se saber aos outros o quanto se está feliz!
A felicidade íntima é a essência da existência, sê-lo sozinho, assim no seu vácuo, uma multidão Será arrastada! Portanto não diga a ninguém, apenas seja!

Para Henry Miller

Sexy,Os bichos nem sabem nem torcem o nariz no ciclo do cio.
Sexy,O bicho homem se aplica à regras e se limpa ao menor odor do cio do amor feliz.
Sexo,Os bichos se inundam de sexo para reproduzir.
Sem sexo o bicho homem pira, e nem respira ao calor da fêmea sem sabe-lo se está feliz ou é infinita e completamente infeliz!
Nexo,Os bichos se partilham!


http://camanarede.terra.com.br/literatura/literatura_05.htm

Poemeu com Deus

As pessoas passam.O vento flui...e Deus?
Onipresente, o todo, o concreto e o abstrato.A sensibilidade, a dor, uma lágrima cai e implora por deus.

As grotescas distorções sociais estão à espera da solução de deus; à espreita só quer uma brecha pra manifestar-se e ser uma solução.

O bom com deus é que ele não é eficaz na alegria, a gente sente mesmo é na dor. Que bom que deus está mais óbvio na dor, isso alivia.E o cotidiano? Os roncos dos motores, a fumaça fumegante e atuante nas cidades, corroendo os pulmões( que ficam a espera do milagre de deus) , o câncer, a AIDS ( que ninguém mais vê, só deus.)E a dispersão do pensamento? A objetividade requerida pra se viver bem aqui, o dinheiro...(não compra saúde, mas ajuda a amenizar o sofrimento com remédios)

Tô leve agora, orei com deus ao meu lado, orei com a escrita e de corpo e alma! Amém.

**escrita em 13 de junho de 2003.

Meu bloco sou eu!

Meu bloco sou eu! mas dentro de mim vive uma imensidão de multidões,tem sentimentos levianos e puritanos,tem uma vontade enorme de mudar a rota todos os dias,só pra melhorar a paisagem do caminho de casa.Meu bloco é concreto puro.Tal qual a maciez das águas vou adentrando pelas frestas,abraçando cada pedra que é feita pra burlar meus passinhos de folião largado,por onde não sei...mas sei que passo,deixo um rastro só pra voltar depois!

Quero ser que nem filá!

Hoje sou poeta.
Que se abram as portas.
Que se mudem os rumos...cá estou!
Eu e minhas letras.
A dor não é tanta, meu pranto não espanta, nem arranca de mim, nem de ti ( que não vê) as palavras que se formam, e se mostram assim, como o meu ser.
Hoje sou escudeiro.
Sou o “front” .
Sou eu mesmo, sou o alvo das dores , das crendices...sou fantasma de mim.
Que venha o tempo !
Que se rasgue em mim essa azia, a consonância , a consciência de não haver mais tempo, pois não ligo se perdi ou achei, se sofri ou fiquei na espera do perdão que nem sei (?) ou se sei, nem vi.
Sou lágrima, nem rio, é frio... Sou fé .
Sou anjo, eu amo amar o quê ?Se fico, se paro. Se corro, se mato com beijos, com viço, comigo quem ?Nem venha, nem tenha maldade...tenha saudade...Não sou de ninguém.

A porta do céu


Leminsky disse(eu que afirmo!):
Minha poesia torta entrou de banda no céu.
O céu é incolor,os olhos do poeta só vê os sentimentos.
Os sentimentos de Leminsky é multicolor.
O verde se fez cinza,o branco desbotou.
A agulha do poeta é cega,a lingua do poeta é arriscada,a caneta de Leminsky é afiada.
Poeta,acorda!
tua morte nem está anunciada!

sexta-feira, 16 de março de 2007

To lady day:


Vândalo...Na noite dispersa estamos eu e minha billie,***
Trocamos palavras amenas,Sentimo-nos só, vândalos noturnos, estrambelhamos cada centímetro desta sala, cada nota é pura poesia cada tec...tec é melodia.
Quem somos? Eu ou billie?
A música a letra a mais valia.
Quem dera billie, quem será billie?
Quem é a poesia mais fina, mais menina...e meninos?
Não tem remédio, nem intestino que transforme minha mania de ver billie nos requintes da fina poesia melódica, onde estará taty? Tá tímpanos...Tá! Tique nervoso tampico gostoso e vodca, como sou medroso.
Poeta frouxo, roceiro grosso. Tampico é gostoso!
Bêbedo...Viajo no ápice do cálice tinto. Não calo por Chico nem por ninguém, não cálice por nada.
Se pária sou, é por ter nascido torto. Cinco horas nas entranhas, demoro-me, mas não tardo, ser duvidoso (incauto) não é pra ser medroso.
A lama das vias me prendem ao dia, a lama das ancas me tornam o guia, a gula, vadia, vadia...amo a vadia. Vá dia !, vai-te, me ¨alumia¨ noite adentro , tenho fermento atroz, que infla meus pensamentos a comer-te noites e noites, dengos e dengos na cama baldia.
Chega, Billie se foi,A noite se foi. E eu? Clareio meu dia com cheiro e fantasia.
Um dia minha billie,Outro quem?
É dia!
***Billy holiday, a voz musa...a lady day. A inspiração.

Era uma vez(01):

Três sílabas atônitas,
a mar te Um planeta profundo,O jocoso fúnebre!
Amar-te- ei todos os dias
Minha saudade atômica refaz-se nas sílabas tontas: saudade!
Quando os sinos das idéias somem,chame marte,vermelhosamente estrela em Vênus!
Vênus, vê-nos,vê nus!!
O farfalhar das nuvens no céu confunde em formas místicas os leões,ovelhinhas e os cogumelos verdejantes...Pluft, o fantasminha de Maria Clara Machado, a série vagalume da editora Ática,universo cultural da semi-infancia aborrecente.
Bons tempos esses.
Era uma vez,duas,três...as vezes cem vezes,as memórias voltam e borbulham feito um caldeirão de mago!
Eram umas vezes...