sexta-feira, 27 de abril de 2007

Entre palavras e cacos
Faço uma pequena estória de boi dormir.

Tenho tanto e pouco tempo pra ver que a felicidade pertence ao mundo.
Essas estorinhas que invento dão uma dimensão do turbilhão de sentimentos que moram em mim
.


A cada dia uma frase, em cada frase, sentidos e significados ambíguos e repetitivos.
Minha idéia não me pertence.
Minha idéia vem de outros, vem de pedaços alheios.
Os lampejos de idéias surgiram bem antes de mim, são ecos de outro passado que não é necessariamente meu.

Não posso e não quero ser o pai das idéias, o autentico o primata!
Prefiro assim como estou, um desmembrador das idéias do mundo.
Um aglutinador de fatos remotos e distintos.

Copyright de que?


Nada é de ninguém, as idéias pertencem ao universo, a humanidade precisa de seus pupilos assim como a o ar de que respiro.

Não choremos pelo que não é nosso, o nosso esta diluído no todo!!

terça-feira, 24 de abril de 2007

PRUMOS ( pequena parte )


Sou a parte divisível, faço atos e traço a linha em mistério, se busco, não sei. Caminho a passos lentos em uma velocidade inconstante, aprendiz me acho.

A lenha atiça o fogo, a vida me faz de morto, sou matéria, glóbulos, genes, sou ser, sou estrada trilhada, máquina vã, guia das manhãs, dos risos, das lágrimas, do tempo onde ferir me faz refletir o quanto se aprende na dor, na ausência dos seres que iluminam, que instigam , que complementam os dias, dos que ficam e irradiam a magia...do simples estar perto e nem cobrar a estadia.


Sou bobo, sou o último. Sou primo do ascendente distante, não quero ser imponente, não sigo rumos alheios. Sou próprio, estandarte primeiro em meu mundo. Sou parte de tudo, sou o resto das coisas... sou simplesmente um gigante, suporto o peso de não ser o prumo, o cantante, o comandante desta linha.



Faço-me indivisível e inconstante, repito! Multiplico-me aos quatro cantos, agrado aos infantes, aos arautos errantes, às amantes.

Sou mosto, fermento em ebulição, o caminho poderá ser harmonioso e equilibrado, ou senão azoto e desencantado. A mágica dos anos fará sua parte, onde crescer nem sempre me fará rever as nódoas da vida, tudo passa conforme a dor aumenta. Viver é bom, ser isso é bom. Sou misto de anjo e homem, ser homem é indefinível( haja diversidade neste plano), podemos ser o primeiro passo... às vezes somos a ética da perdição, do caos. Temos na vida essa missão, na consciência temos as mãos, o martelo, o formão... façamos bem feito, pelo menos imperfeito, desde que seja com espaço para a correção.






Cadê o beleléu?



Camarada, tem coisa que só nesse Brasil.



Nego Dito, vulgo Itamar Assumpção.



Fico em ¨extado de êstase¨, catatônico ou sei lá o quê quando tiro pra sentir a arte desse ¨cabra¨.



Bom, muito bom, é só isso que sei dizer.



Uma história autêntica e própria, livre ao extremo, criativo ao acaso ( isso é que é criatividade genuina ), nunca o ví, nem o assistí ¨tète a tète¨, mas nem era preciso: gosto demais dessa fera!






quinta-feira, 19 de abril de 2007

ANIVERSÁRIO é só uma data?

Necas, é muito bom lembrar e ser lembrado.
Tem gente que emana um carisma gigantesco, que tem doçura nos tratos e nas palavras.


Faço questão de lembrar do ¨niver de meu sobrinho Ezio, um camarada gente boa.

Desde bem pequeno que já irradiava sua simpatia pelos quatro cantos da vida. Radiante e simplório...majestade!


Tem gente que precisa estar contente pra ser feliz, tem gente que é feliz!!
Tem gente que anda ao léu, tem gente aprumada...tem prumo pra cada gente!!

Camarada, você é jóia... e rara!!


quarta-feira, 18 de abril de 2007



Ouvi uma frase bem legal que me marcou esses últimos dias ( domingo pra cá)

¨ a queda é livre, a subida é árdua.¨...me lembra as lambanças que a gente faz desnecessariamente, as palavrinhas ou atitudes ¨envenenadas¨ que podem destruir em segundos o que levou anos pra se construir ( a nível de relacionamentos também ) aqueles minutinhos de loucura que vez em quando ataca as pessoas, o bracejar desnecessário...quanta coisa larguei pra trás por não ter tido o bom senso de ¨sair de baixo¨ eu mesmo.

o orgulho, a vaidade, a auto-suficiência pragmática e incessante que nos tornam vistosos e bem sucedidos, que em contrapartida nos deixam solitários e cambaleantes diante de tarefas simples e elementares, como afagar alguém ou dar um sorriso desinteresseiro.

me enquadro, um pouco, nessa categoria acima. Ainda bem que estou vivo pra reparar certas lambanças e evitar tantas outras.

Tem uma desculpa que persegue a todos nós: não tenho tempo! falta tempo pra olhar nos olhos, pra sentir ( literalmente ) o que se passa com os outros ( falo das micro necessidades , das coisinhas que se jogam embaixo do tapete, que não tomam espaço isoladamente mas juntando aos cacos ficam na cara pra qualquer amigo desavisado perceber pro outro) e abrir o nosso semblante, passando luz ou carinho pro outro( mesmo sem tocar ou falar diretamente)...isso muda muito ao longo de nossa vida, quando bem jovens transborda em nós essas atitudes positivas, mas a medida em que amadurecemos ressurge com todo força.

Isso significa um apagão de uns vinte anos, justamente quando buscamos espaço social, quando estamos no meio da selva diária querendo estruturar família, trabalho, sucesso e blábláblá...de repente a ótica muda, vem um flash súbito, e vimos que nada disso vale a pena sem o carinho e amor de quem esteve conosco nessa caminhada ( tudo aí se enquadra, até quem sumiu de nossa rotina há muito tempo). É minha cara, felicidade é luz camaleônica, que por si só dá um nó em nós, fazendo-nos rir de nossa própria sombra ( mesmo que seja só pra cutucar).

domingo, 8 de abril de 2007

Caramba!

Nunca escrevi nada explicitamente.
Desde os doze que tenho essa paixão fervorosa pela escrita poética, que viajo em Clarice,Drummond e pessoa...que choro com patativa, Camões, Vinicius!!


Vinicius me me mordam com essa crueldade!

Assumo que só sei escrever quando estou ¨fudido¨ preciso de uma dor,nem que seja unha cravada pra agregar as letrinhas e delas formas algo bem sentimental.

Meu tempo poético é diferente desses que se marcam nos relógios,
minha poesia é atemporal!

Nesses textos estão comungando em sintonia sentimentos do ¨arco da velha¨ , coisas que lembrei existir de 1972,73,74...(nesse ano escrevi meu primeiro poema na escola, lembro-me muito bem, de uma monark ¨águia de ouro roxa¨ que serviu de mesinha) 75...2007! do poema, nem cinzas !

Ninguém sabe, ninguém viu que sempre escrevi, prazerosamente viajo nas ¨letrinhas carregadas de saudade¨, escrever é acima de tudo uma maneira de me comunicar com o universo dando uma pitadinha de Deus!

**quando aparecer por aquí um desses textos bem amareladinhos pelo tempo, reparem sim, prefiro a carga do tempo...ao preço do esquecimento!

Entre o alho e o sal, tem um cara genial!

Tem coisas que são imutáveis:
Além ¨daquelas leis da física¨ perfeitas, inabaláveis, funcionais, essenciais e multi uso, destaco a nobreza PUNK de meu amigo Lupeu, para mim, simplesmente ¨Lupus andante¨ o trapaceiro de Cervantes, o biscateiro de bordéus em quadrinhos marvel, ¨comics & cômico ¨ ...um brilhante lapidado com lixa 50, um perdido na rota do sol em transe.

Destaco essa resenha de Gustavo, destaco o hálito alho com sal, enalteço o crueldade das letras kamikazes, dos dizeres GARRAFAIS desse bom moço camarada!

Uma pedra pontiaguda que aponta para o alto em formato de serrote escada.
Poesia desumana na sala de estar, o som bestial que sai das letras miúdas ( como a perna da barata de Kafka ) poesia visual com letras sonoras, é isso que torna ¨entre o alho e o sal ¨ um outdoor diferente,

um outdoor de bolso!

*¨o medo bebe água filtrada
o medo mostra a máscara
o medo vende a faca e fala em paz.¨
* trecho de entre o alho e o sal.

precisa mais?

O l i v r o é r o x o , t a l q u a l f l o r f ú n e b r e !

Mas fala em vida, na vida ¨acertante¨ nesse Cervante Cariri,

Luiz Paulo é beduíno, uma autarquia da confraria do sorriso , um resto do pó da esquina onde pisaram Leminski, Clarice, Kafka e Dante...doravante um ser feliz!!

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Twice! poesia em duas mãos de novo.

é aqui mesmo!!!


vai sim, crônica é algo gostoso de se ler no café da manhã. Ainda não é manhã, é madrugada. Um vento gostoso que me dá calor, que me faz temer o frio das lembranças de pecados que fabriquei pra me esconder do que me foi imposto pelo ego ridículo sombrio de uma idelogia que foi fabricada para não me permitir sonhar...
Dane-se! sonho sim, sonhamos sim, juntos, bebemos o vinho, o sangue de boi que querem que bebamos, que comemoremos a morte ou a imortalidade da alma de quem nunca existiu? somos peças, somos partes, pseudo-verdades, fragmentos, ilusão! Não existimos! nem tente me inventar!

vento quente lá fora, frio na barriga aqui dentro.

pé de vento, meia de algodão, sapato no chão!

areia, fogo e cristal...terra, uva e porre!

penso, tenho, sigo e fico!

olhos de algodão doce, lábios de criança!

mas o lance é relatar o momento, é descrever o sabor do gole profundo, do doce azedo do vinho-cerveja, da voz atenta da cantora antiga e moderna que canta aquilo que ouvi quando era criança e que adulta ainda assim, quero prefiro conservar a meiguice da canção da infância.
Ele vive no mundo que pertence a ele, eu pertenço ao mundo que fiz pertencer a mim. Qual a diferença de nós dois? a arte... a sua faz parte da minha, a minha é a arte que alimenta a dele, a dele, a que invento pra me distanciar dos paradigmas.. Somos diferentes? átomos fragmentados, inteiros, unos, perpétuos, em busca do que poucos acreditam que exista: evoluir, é o destino!

abelha, abelhinha faz zumzum e mel
dó sol tenho dó da lua
fotografia é arte?

dois mais um igual a familia
dois menos um é o mesmo que dor

paganini moto pérpetuo
andré cascadura e sua flauta doce encantada
bossa nova é blues?

nem posso passar desse devaneio, nem cercear essa viagem...
estou de malas prontas,
duas mãos, oito pés, duas bocas, mil pensamentos!!!