quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Quinta-feia !

É dia de dormir sozinho. Preciso de uma cintura ao lado( boto o violão na cama) pra encarar umas horas de apagão. Todo dia é dia de encarar o dia de amanhã , esquecer das contas e das cotas de compartilhamento, do tempo curto que às vezes se prolonga até a eternidade. Quinta feira de reler poesia e transpirar Bukouski e viajar nos sonhos de Keroauc, quinta feira de pensar na África, de lembrar de Plínio e Luiza lá naquele fim de mundo maravilhoso ( vi uma reportagem sobre a periferia de Angola, mundão grande esse !), quinta feira de reclamar do calor e das muriçocas peçonhentas, de engolir um vinho tinto com cara de bom e gosto de cabo de guarda chuva.

È quinta sem lei, minha lei de hoje é reler Gabí de cabo a rabo e ver que essa guria vai longe, é dia de deixar a campainha tocar até alguém desistir de me encher o saco. Vou botar no saco esse monte de papel rabiscado, vão-se algumas más idéias ou boas, sei lá? To afim de ser autêntico, de largar a pieguice de sempre, deixar de ser bom moço e saltar a cerca, mesmo que meu fundilho fique preso no arame ( amanhã me lembrarei de lembrar disso).

Quinta-feia, quanta idéia feia aflora, deixando a noite linda...telefone toca de novo, novo engano...me engano, é gente do bem querendo dar risada! Ao fundo, mentalizo os bons bang-bangs, a crueldade do tempo é massacrante, nem mostram mais bang-bangs na tv. Tropa de elite, filme duro, não sei quem é vilão na estória! O único mocinho que lembro, ficou no bang-bang de trinta anos atrás...e ele levou um tiro pelas costas! Quinta feira crua, gosto da quinta: tenho tempo de ser autentico e hilário, minha aspereza pode até rir de mim. Poeta frouxo é poeta manco, quisera eu a ter caneta afiada de Lupeu, pra vomitar ##@%@# por aí!

A mulher mais linda da cidade, foi Bukouski quem comeu! E no fim, ela se fudeu!!Só Bukouski não morreu, quem manda bem na pena,não morre...inanina-se um cadim a cada dia!

Até Pathanca, goleiro do Leônico, da Segunda divisão baiana, que levou 10 gols em uma partida contra o Guanambi, que trabalha como vigia de cemitério...tem sua quinta-feia, todo dia!!

Pra não deixar de rir da quinta, mando um mote pra quem como eu, se acaba na quinta:

Se juntasse todos os cacos do mundo,
Não faria um mosaico,
Não faria uma calçada,

Cacos imaginários são feridas abertas e sangrentas
Que correm de dentro pra fora,
Vou juntar uns cacos
Pra fazer uma calçola e vestir O mundo de Sophia!!
Vou vestir Lia Luft, vou aparar as arestas de Ana Cristina César e com os cacos vou turbinar a minha quinta-feia!!

**Gabí sumiu,deixou um buraco maior na minha quinta feia. se ela voltar, vou ser mais feliz na sexta!!! te adoro GABÍ...VOLTE!!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007



Lágrima no olho significa dor?
-não, não...lágrima que escorre abundantemente olho abaixo é desabafo, é suspiro bem fundo: é enfado largado ao vento!

Lágrima de arte, luz que brilha e rebrilha diante do sol, diante das cores arco-íris que estonteiam os olhos que vêem lágrimas...lágrimas tinindo ao sol!

Lágrimas revelam o dentro de cada um, homem chora e soluça, mas passa...e fica a sensação de lágrima vencida. Uma lágrima basta pra vencer uma guerra, a guerra nossa contra o pavor do orgulho ferido, da auto-suficiência abstrata...somos um elo eterno, somos gente da gente mesmo.Precisamos um, do ar que respiramos do outro! O cosmo somos nós, átomo por átomo somos presos um nos outros.

Uma lágrima no olho significa dor?
-sim,sim...às vezes uma lágrima só é pouco pra tampar tanta repressão, tanta angustia retida nesse dia nosso de cada dia. Despejando um rio de lágrimas, talvez passe esse nó preso na garganta, essa vontade de mudar a rota cabalística que somos obrigados a ver com olhos bem abertos. É a luta entre o céu e a terra, do fogo contra a água...de nós, conosco!

Milágrimas se fazem necessárias pra esfriar o animo da falta de bondade que ¨atocaia¨ esse mundo!

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

segunda-feira, 1 de outubro de 2007


SONETO

Uma metáfora noturna em que se explora,
Um pedaço de corda que sustenta,
Um corpo que no ar balança
Uma rede que meu torpor acalenta!

Uma árvore que por si só é escora
Flores perfumadas ao ar, atento!
Folhas escuras que sombreiam a lua,
Brotos que afloram ao relento!

Gente que não sabe ser simpática,
Bêbados que se martirizam e me atormentam!
Passos lerdos na escada,
Dou-te mais um sono no relento.

Num canto qualquer da casa,
Toco uma nota qualquer...pura imaginação!
Falta-me um amor efêmero, uma sandice lúdica!
Sou pura abstração!