LENTE DE ÉDIPO -titulo
helder cesar diz:
ou olhos de édipo?
Gabriela diz:
Tudo irá depender do contexto. Títulos ficam pro final,
Gabriela diz:
para não nos castrar!
Gabriela diz:
quero falar dos óculos, como escudos da alma. Algo que protege
Gabriela diz:
é nisso que tenho pensado
Gabriela diz:
no quanto meus óculos escuros tem me salvado de terríveis constrangimentos

Nos olhos de édipo

Édipo soprou no meu ouvido algumas palavrinhas mágicas.
Pedi calma, pedi paciência e jurei segredo.

Édipo é abusado, galanteador e egocêntrico. Invadiu meu imaginário com um par de Ray-Ban nas mãos , como se precisasse de lentes anti-raios ultra violetas pra se proteger das caricaturas do mundo. Tenho pensado em Édipo, no complexo de olhos com óculos Ray-Ban, naquela máscara anti humor e anti-rugas. Tenho pensado em prof. Pardal, aquele ser com bico de águia e penas de cardeal, na supra inteligência cósmica, onde Shiva se esconde.

Óculos escuro protegem dos raios humanos, das dores humanas, rosto Ray– Ban com cara de super herói na ficção. A minha timidez é que me fascina. Morro de medo de olheiras e elas saem de mim.

Se Édipo fosse um rei, meus óculos seriam a rainha. A prisioneira-mor, a anti-lux caipira.

Por trás de meus óculos tem de dois pares de lágrimas, prontas pra partir...quando a luz surgir, por isso não tiro, deixo-o aí. Escudo anti-dor. Escudo de grife com protetor solar anti qualquer raio de tristeza.

Se você invadir meus olhos, não esqueça: meus óculos transformam seu cinza em verde, seu amargor em frescor... Sua dor em minha graça. Meus óculos escuros são como dois perdigueiros na mata: fareja , acua e guarda a caça, deixando nas mãos do outro o prato da dor.