sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008




Mural

Um grande retalho da vida.
Cochichos de dias e noites sob a luz do luar
Sob o som de batuques de grilos.
Minha avó fazia rendinhas branquinhas e milimetricamente simétricas.
Numa grande morada num quintal
Jogávamos bola de bexiga de boi sob a luz do luar.
Gritávamos feito doidos pra quem primeiro chegasse na pelota disforme, estufa-lá por entre varas de marmeleiros encardidos e adorávelmente retas.
Sob uma chuvalhada de estrelas nos olhamos olho a olho; Pronunciamos frases lindas e nos abraçamos...sob o teto enluarado com cheiro de ervas recém molhadas.



Uma sinfonia de folhas farfalhando e corujas e tetéus gritando , saudando o amanhecer que vinha a galope.



Só nós dois naquela estrada, só nós dois pra nós. Somos dois pares de um.
Sob o eclipse total dormi,
Lembrei de nós dois,
Sentí teu abraço macio
Me deu um arrepio...uma ave pia ao fundo..

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