Este canto de prosa é onde amarrarei meu bloco.Palavrinhas e palavrões serão livres.De onde venho, cabia tudo dentro de um malote:cartinhas amareladas,lenço amarrotado,poemas alheios e meus.De onde venho sou bem vindo,pra onde vou não sei ainda.
sábado, 24 de março de 2007
Paira no ar um certo clima de paixão! A síndrome do amor não correspondido.
Definir algo tão sentimental é no mínimo pífia ou vaidade senil.
Há um clima de paixão no ar.
Sentimento absurdo e estúpido. Pés no chão, o que é que há?
Meninas de 18, espotaneidade nata, risadas, é mar de brincadeiras, de sentimentalidades fútil...
É sério se apaixonar, é bobagem se denunciar. Olhar lânguido e destroçado pela leveza da amada, quem vê não crê que os olhos se desmancham em rosas e tapetes. Quem rí não sabe as lavas que queimam e saram a dor deixada pelas risadas da amada fadada a não responder esse amor.
“quando me lembro dos meus 18 anos, eu só pensava somente em namorar, agora a idade vem chegando...( já dizia Lia de Itamaracá )”
com esses sons ( Billie Holiday, Bessie Smith, Fitzgerald...) lembro vagamente da risadinha sarcástica, daquele olhar lânguido de quem se apaixonou pela amada errada, se afogou no próprio sentimento e vive revirando o tempo dia pós dia, alimentando a pseudo chama do amor não correspondido.
Resta para a amada, a alegria de ser sinceramente amada, que pena, diz-se. Fosse ela a domadora da vida, daria a esse ser miúdo, ínfima parte do cosmo( ou ego ), uns beijinhos de consolo na face, nas mãos ou quem sabe de raspão nos lábios, que trêmulos e sem graça, se aguçam, e transformam lábios gélidos e desafinados em sinfonia primaveril, alucinadamente vivos e ardentes.
Quem diz-se imune a sentimentalidades tão triviais e tolas ?
Arrisque-se e caia em desalinho com o tempo.
Crescer é conjuntura do sofrer e esquecer em seguida. As flores brotam na fertilidade do óbvio, a terra é óbvia, a paixão profana é fértil na obviedade desta terra árida e vã...O apaixonante disso é que paixão é vandalismo, é sentimento destruido, destroçado por milhões de desejos passageiros, libidinosos e fulgazes.
Bobo é quem diz: desta água não beberei...e rí. Um dia sereis contagiado pela torpor deste sentimento e dirás:¨ eu era feliz, e não sabia.¨ Mas que dói, dói. E sara, com um único antídoto: o tempo, o senhor de todas as nossas emoções...incluindo essa danada, a paixão !
*Inspirado nas sacanagens de Joyce, com um amado pra lá de fuleiro. Em 12/09/2000.