segunda-feira, 15 de novembro de 2010











O que será que passa na cabeça do passarinho? Sozinho, quem sabe repousando da longa jornada ou quem sabe se aquecendo e fugindo do frio.No momento de perigo eminente, imagino um diálogo entre ele e os seus botões...

"Logo agora?
agora que resolví ser feliz,
agora que descobrí que há uma porta aberta, esperando por mim.
agora que sou mais um na multidão.

Porquê EU ?
demorei tanto pra ver que a felicidade mora bem aquí, nessa banda esquerda do peito.
demorei tanto pra entender que amizade é pedaço do céu.
Demorei tanto a crer numa força criadora que faz a vida ser tão perfeita.
Porquê agora?
Preciso de tempo pra retribuir as graças que a vida me deu.Preciso de mais tempo, preciso abraçar alguém: Um alguém tão presente em minha vida que passou despercebido. Precioso de perdão, tenho que ter forças para me perdoar.Sou uma máquina impefeita, não amei ainda o bastante para agradecer a dádiva da vida. Quero ver o azul celeste e ouvir as cataratas da vida.

Justo agora que sinto o toque da brisa?
Me dá um tempinho,pai?
Só um segundinho a mais. Quero abraçar um amigo e cantar uma música, uma sinfonia em quatro letras...AMOR.Só um minutinho... enquanto o trem não chega, minha mala está desarrumada, não cabe todos os sentimentos ainda embaralhados.
Deixe-me viver mais um dia. Quero visitar o meu quintal, a minha terra. Quero respirar o ar de forma diferente, separando os aromas. O cheiro da terra molhada, a brisa na chuva de novembro. Passei o tempo todo com os sentidos bloqueados. Tive orgulho de ser bonito, falso diamante peregrino. Uma massa disforme de carbono e hidrogenio.
Repentinamente tudo ficou claro, logo agora? a um passo do possível fim.

Quero muito subir a serra da Ibiapaba, conversar com meus pares e aprender mais um pouco sobre a vaidade, a chaga que me consumiu assim que deixei de ser criança. Fui içado até o topo, enchi meu peito de grandeza, de soberba...e ploft, a escada que me mantia lá no alto foi sacada, puxada...o tombo foi doloroso, era tuda fantasia, nada daquilo existia...sinceramente nunca fui nada. Não fui o pó da estrada, não ví as estrelas com os pés no chão. Fui marionete nas mãos da vaidade, fui um crápula para mim.

O bicho horrendo estende sua bocarra sob meu pescoço, será o fim?

peço mais, peço fé e esperança de que não haja fim. Que isso tudo não passe de um recomeço, e que no seu tabuleiro, não sejamos nós uma peça descartável e sem um fim.
Peço paciência e desculpas, pois deixei para depois tudo que pedí com pressa e resignação.
E ofereço a mim uma chance de poder recomeçar com brio, sobriedade e humildade num passe sem mágica, todo de novo."
Pois sei que você é o principio, o meio e o fim!!

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